Para um país ser realmente democrático como nós brasileiros tanto ambicionamos, o acesso às oportunidades deve ser democratizado.
Uma maneira de enfrentar as acentuadas diferenças sociais, que no caso brasileiro, são estruturais e históricas, ou seja, fazem parte da própria formação do país, é assumir que o acesso às oportunidades é oferecido à sociedade de maneira desigual.
Uma dessas maneiras de enfrentamento vem sendo realizadas através do que chamamos de AÇÕES AFIRMATIVAS. Ou seja, é assumir que tal problema ou distorção social existe e que exige medidas - AÇÕES concretas - para resolvê-lo ou pelo menos diminuir seus impactos, e não simplesmente "aguardar" a uma mudança estrutural de mentalidade da sociedade e possível redução natural dessas diferenças.
Uma dessas AÇÕES é a COTA para negros. Sinceramente, não tenho convicção de que seja esta a melhor maneira de inclusão, visto que podemos considerar que o maior problema brasileiro é a concentração de renda, e com isso, chegamos a conclusão de que talvez as COTAS PARA POBRES fossem mais eficazes do que a cota para negros. Mesmo porque a grande maioria dos pobres são negros!. Ou seja, atingiríamos grande parte desse grupo de qualquer maneira. (A diferença é que os pobres e miseráveis de descendência européia do sul do país por exemplo, também teriam direito a essas cotas.)
Pois bem, sendo assim entramos na seguinte questão : Além dos POBRES não constituírem uma minoria, são a maioria (pelo menos era até poucos dias atrás, quando foi divulgado em varios meios de comunicação que a maioria da população brasileira passou a pertencer à classe média), não conheço ninguém que comemore o fato de ser pobre. Ao contrário das minorias mais popularizadas, como os negros, homossexuais e feministas, por exemplo. Essas minorias são representativas e representadas em grande parte dos espaços de manifestação, reivindicação e participação existentes no país, e desde 2003 ganharam mais liberdade e condições de reivindicar seus direitos, visto a vitória de um governo popular ao executivo federal.
Vemos movimentos "100% NEGRO", "Orgulho GAY", movimenos feministas...mas nunca tive conhecimento de nenhum movimento chamado "100% POBRE", ou "Orgulho Pobre"! Ser pobre é uma condição social que ninguém quer pra si!
Sendo assim, os temas defendidos por essas minorias - o que inclui a questão das COTASpara negros - possuem maiores condições de êxito, simplesmente pelo fato de serem defendidos por um grupo social que tem orgulho de sua origem, sua cor, opção sexual, gênero, enfim.... e que se organiza para cobrar seus direitos.
Quanto aos pobres, ou a sociedade brasileira enxerga na concentração de renda e na desigualdade de oportunidades, dois importantes fatos geradores de pobreza e exclusão social e se mobiliza de forma consciente para ajustar essas distorções que só atrapalham o desenvolvimento do país*, ou continuaremos a encerrar os debates sem o consenso de se devemos ou não, por exemplo, ter COTAS para negros.
* “desenvolvimento” não apenas no âmbito econômico, mas em todos os sentidos : social, intelectual (cultural e educacional), bem estar e qualidade de vida, etc...
Uma maneira de enfrentar as acentuadas diferenças sociais, que no caso brasileiro, são estruturais e históricas, ou seja, fazem parte da própria formação do país, é assumir que o acesso às oportunidades é oferecido à sociedade de maneira desigual.
Uma dessas maneiras de enfrentamento vem sendo realizadas através do que chamamos de AÇÕES AFIRMATIVAS. Ou seja, é assumir que tal problema ou distorção social existe e que exige medidas - AÇÕES concretas - para resolvê-lo ou pelo menos diminuir seus impactos, e não simplesmente "aguardar" a uma mudança estrutural de mentalidade da sociedade e possível redução natural dessas diferenças.
Uma dessas AÇÕES é a COTA para negros. Sinceramente, não tenho convicção de que seja esta a melhor maneira de inclusão, visto que podemos considerar que o maior problema brasileiro é a concentração de renda, e com isso, chegamos a conclusão de que talvez as COTAS PARA POBRES fossem mais eficazes do que a cota para negros. Mesmo porque a grande maioria dos pobres são negros!. Ou seja, atingiríamos grande parte desse grupo de qualquer maneira. (A diferença é que os pobres e miseráveis de descendência européia do sul do país por exemplo, também teriam direito a essas cotas.)
Pois bem, sendo assim entramos na seguinte questão : Além dos POBRES não constituírem uma minoria, são a maioria (pelo menos era até poucos dias atrás, quando foi divulgado em varios meios de comunicação que a maioria da população brasileira passou a pertencer à classe média), não conheço ninguém que comemore o fato de ser pobre. Ao contrário das minorias mais popularizadas, como os negros, homossexuais e feministas, por exemplo. Essas minorias são representativas e representadas em grande parte dos espaços de manifestação, reivindicação e participação existentes no país, e desde 2003 ganharam mais liberdade e condições de reivindicar seus direitos, visto a vitória de um governo popular ao executivo federal.
Vemos movimentos "100% NEGRO", "Orgulho GAY", movimenos feministas...mas nunca tive conhecimento de nenhum movimento chamado "100% POBRE", ou "Orgulho Pobre"! Ser pobre é uma condição social que ninguém quer pra si!
Sendo assim, os temas defendidos por essas minorias - o que inclui a questão das COTASpara negros - possuem maiores condições de êxito, simplesmente pelo fato de serem defendidos por um grupo social que tem orgulho de sua origem, sua cor, opção sexual, gênero, enfim.... e que se organiza para cobrar seus direitos.
Quanto aos pobres, ou a sociedade brasileira enxerga na concentração de renda e na desigualdade de oportunidades, dois importantes fatos geradores de pobreza e exclusão social e se mobiliza de forma consciente para ajustar essas distorções que só atrapalham o desenvolvimento do país*, ou continuaremos a encerrar os debates sem o consenso de se devemos ou não, por exemplo, ter COTAS para negros.
* “desenvolvimento” não apenas no âmbito econômico, mas em todos os sentidos : social, intelectual (cultural e educacional), bem estar e qualidade de vida, etc...
Texto Elaborado em outubro de 2008